quinta-feira, 29 de julho de 2010

Opostos...

Será possível querer duas coisas completamente opostas ao mesmo tempo? Querer voar sem tempos nem amarras, e ainda assim querer ter um poiso à espera, paciente, para contar que se viu mundo?

Quero muito, mas não sei o que quero na realidade.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Azul

Feeling blue. Há dias assim… Dias em que parece que nada nem ninguém me entende, que estou irremediavelmente descontente. Dou comigo a deambular dentro do fio dos pensamentos e das memórias. E chego à conclusão que tenho saudades das minhas asas. Não sei se as perdi, não sei se têm medo de se soltar. Porém sinto-lhes a falta.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Todos os dias...

Fecho a porta. Ataviada numa toalha, com a maquilhagem parcialmente destruída, cabelo desalinhado, procuro um cigarro. Perco-me por instantes no fumo azul que flui desordenado. Lentamente, organizo mentalmente todos os passos que se seguem. As “provas do crime” vão cuidadosamente embrulhadas para o lixo, o lençol segue também o seu caminho, as toalhas idem. Sento-me na cama enquanto me perco novamente no cigarro. Há que preparar tudo de novo... A maquilhagem tem de ser reposta, o quarto organizado, a casa de banho ordenada como se nunca vivalma lá tivesse estado. Dentro de meia hora o telefone toca de novo, e recomeça a mise en scène.

O processo repete-se vezes sem conta desde aquele dia, com dezoito anos e poucos meses, em que o telefone tocou pela primeira vez. A Mariana, Miana, Mimi... mudou drasticamente. Já não me foge o olhar para outro lado que não os outros olhos que se deparam à minha frente. Já não sinto o frio na barriga, os pontos de interrogação são outros...

Hoje, três anos depois, cresci muito mais que alguma vez poderia supor. Quer dizer, acho que sim pelo menos. Ninguém espera muita maturidade de uma garota de vinte e um anos. A não ser eu mesma. Teimo em acreditar que sou feita de algum tipo de material indestrutível, e continuo irredutível na ideia que vou durar para sempre, seja qual for o meu caminho. Por enquanto, o caminho continua a ser aquele que, apesar de uma escolha difícil, foi a minha escolha consciente. Assumo-a plenamente, com todos os prós e contras... Porque a bem ou a mal fui sendo feliz com ela...

O telefone tocou novamente, segue-se mais uma hora e picos de “trabalho”. Outra pessoa, outra Mimi. Mimi Camaleão... moldável e mutável como cada feitio ou cada pedido que me entra pela porta.