terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Estórias de um passado-presente (III)

A decisão estava tomada. Passei sei lá quantas horas de volta de blogs, entrevistas, sites, classificados... Como sempre na minha vida, achei que estava a munir-me de informação que me permitia racionalizar o que se passaria doravante. Boy, I was wrong!!!!

Depois de andar durante dias a ler os anúncios que pediam "acompanhantes", "colaboradoras", "massagistas", no Correio da Manhã, reuni dois ou três que me pareciam adequados. O que acabou por ser o escolhido rezava qualquer coisa como: "Acompanhante, iniciante, casa antiga com clientes estrangeiros". "Estrangeiros restringe o risco de encontrar alguém conhecido. E eu falo inglês fluentemente, não deve haver problema". Liguei. A voz do outro lado tinha um sotaque açucarado de terras de Vera Cruz... Fez-me meia dúzia de perguntas que não recordo. Debitou-me uma morada e um número de telefone e disse-me que aparecesse a meio da tarde, porque segundo ela seria a melhor hora para conversar com calma. Engoli em seco não sei quantas vezes enquanto me vestia e maquilhava para sair. Devo ter mudado de roupa umas dez ou doze vezes, porque não conseguia estabelecer qual seria o figurino mais adequado à "entrevista". Meti-me nos transportes e fui... com o estômago embrulhado com que fico sempre que me sinto ansiosa... Pelo caminho, de phones nos ouvidos, tentava perceber se os alguéns que me olhavam percebiam o ponto de interrogação que tinha dentro da cabeça... até hoje não sei a resposta.

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